terça-feira, janeiro 27, 2009

Perguntas frequentes sobre criacionismo (3)

1. O que são as espécies do livro de Gênesis?

A Bíblia não diz nada sobre as “espécies” do livro de Gênesis. Nela a expressão “segundo a sua espécie” é usada para descrever a variedade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou aquelas que foram salvas na arca (Gênesis 6:20), ou aquelas que são limpas ou impuras para se comer (Levítico 11). Muitos criacionistas têm mantido a tradição de que Deus mandou que os animais se reproduzissem apenas “segundo a sua espécie”, mas um estudo do texto mostra que a reprodução não é o assunto em discussão. A Bíblia não estabelece nenhuma regra sobre os animais se reproduzirem segundo a sua espécie. O termo “espécies do livro de Gênesis” foi criado por criacionistas para se referir à ideia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de indivíduos que podiam cruzar entre si, dos quais resultou a diversidade de plantas e animais que vivem hoje.[1] Portanto, o termo “linhagem” pode ser usado no lugar de “espécie”, com a compreensão de que pode haver considerável flexibilidade genética dentro das linhagens.

2. Como explicamos a existência de predadores e criaturas venenosas?

A Bíblia não diz como se originaram, mas afirma que a natureza mudou devido ao pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente Adão foi criado para ser um dos “filhos de Deus” (Lucas 3:38; Jó 1:6). Devido ao seu pecado, Adão perdeu o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6, 7; Jó 2:1, 2). Portanto, a predação e outros males são responsabilidade de Satanás. Quando o mundo for restaurado, a harmonia na natureza também será restaurada (Isaías 11:6-9 e 65:25; Apocalipse 21:4 e 22:3).

3. Há algum limite para a mudança nas espécies?

A Bíblia não aborda esse ponto, mas a ciência mostra que as variações são limitadas. Não existe um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, de forma que os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos têm sido feitos por criadores e geneticistas e muita informação já foi acumulada. As espécies têm grande capacidade para variação (exemplo: a variação entre raças de cães é equivalente às variações observadas entre gêneros diferentes de canídeos selvagens[2]) e podem produzir novas variedades e espécies; mas não parece provável que esse tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma considerável mudança. Ainda não foi completamente demonstrado o mecanismo dessas mudanças.[3]

4. As espécies podem mudar com rapidez suficiente para explicar a atual biodiversidade em um tempo relativamente curto?

Não sabemos quanta mudança é necessária para explicar a biodiversidade atual, porque não sabemos o ponto de partida. Os cientistas têm descoberto que as espécies podem mudar bem rápido,[4] especialmente durante períodos de estresse ambiental. A maioria das mudanças observadas é pequena, do tipo que permite distinguir entre espécies ou gêneros. Essas mudanças foram causadas por processos naturais. Se as mudanças foram dirigidas por agentes inteligentes, os resultados são difíceis de predizer.

5. Como explicamos as semelhanças moleculares e genéticas de seres humanos com os chimpanzés?

Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA regulam a construção de corpos, mas acreditamos que há uma relação entre as sequências de DNA e a forma e funções do corpo. Se é assim, deve-se esperar que corpos similares tenham sequências de DNA similares. Portanto, pode-se esperar que seres humanos e chimpanzés tenham uma similaridade de DNA maior do que seres humanos e pinheiros, por exemplo. Entretanto, as similaridades entre humanos e chimpanzés são notáveis, e é compreensível que evolucionistas as expliquem como o resultado de ancestralidade comum.[5] De fato, as semelhanças no DNA são tão grandes que se pergunta por que as duas espécies são tão diferentes. O que os faz diferentes? Não sabemos. A menos que apreendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das similaridades entre humanos e chimpanzés.

6. Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior preocupação?

Como se pareciam os animais originalmente criados? Por que os humanos são tão semelhantes a outros animais, especialmente aos macacos?

[Leia também a parte 2]

Notas para as questões sobre Mudanças em Espécies:

1. Marsh F.L. 1947. Evolution, creation and science. 2nd edition. Washington DC: Review and Herald Publishing Assn. Nas páginas 174-175, é feita referência ao termo “baramin”, um termo cunhado anteriormente por Marsh (ver nota de rodapé de Marsh na p. 174). Para uma aplicação deste conceito, ver: Wood T, Cavanaugh D.P. 2001. “A baraminological anlaysis of the subtribe Flavertinae (Asteraceae: Helenieae) and the origin of biological complexity”. Origins 52:7-27.

2. Wayne R.K. 1986. “Cranial morphology of domestic and wild canids: the influence of development on morphological change”. Evolution 40:243-261.

3. Ver: (a) Brand L.R, Gibson L.J. 1993. “An interventionist theory of natural selection and biological change within limits”. Origins 20:60-82; (b) Lester L.P, Bohlin R.G. 1984. “The natural limits to biological change”. Grand Rapids, MI: Zondervan.

4. E.g., ver: Hendry AP, Kinnison M.T. 1999. “The pace of modern life: measuring rates of contemporary microevolution”. Evolution 53:1637-1653.

5. Pseudogenes provêem um exemplo importante. Para um ponto de vista evolucionista, ver: Max E. 1987. “Plagiarized errors and molecular genetics.” Creation/Evolution 6(9):34-45. Para reações contrastantes, ver: (a) Gilbert G. 1992. “In search of Genesis and the pseudogene”. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L.J. 1994. “Pseudogenes and origins”. Origins 21:91-108.

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