sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Perguntas frequentes sobre criacionismo (5)

1. Explique como os cientistas obtém idades de milhões de anos pelo método do carbono 14.

Isto não é feito. A datação por carbono-14 não pode dar resultados além de cerca de 70.000 anos. Idades de milhões de anos são baseadas em outros métodos inorgânicos, tais como o método do potássio argônio (K-Ar).

2. Como funciona a datação por carbono-14?

A datação por carbono-14 (C-14) é baseada no fato de que o C-14 é radioativo e se desintegra produzindo nitrogênio-14. Os seres vivos recebem o C-14 por meio do alimento e água, mantendo um nível constante de C-14 no corpo. Quando morrem, o C-14 que se desintegra não é mais substituído, assim o nível de C-14 diminui. Quanto maior o tempo desde a morte, menos C-14 permanece no corpo. A concentração do C-14 em um amostra pode ser medida com precisão e comparada com a quantidade de carbono-12 não radioativo. Com estas medidas pode-se calcular o tempo necessário para o nível do C-14 no corpo diminuir até este nível. Este tempo é a idade C-14 da amostra.1

3. Quão precisa é a datação por carbono-14?

Idades determinadas por carbono-14 (C-14) parecem ser precisas sempre que podem ser checadas com relatos históricos. Algumas exceções são conhecidas, tais como quando os organismos não recebem a quantidade de C-14 igual à média do ambiente, mas estes casos geralmente são facilmente explicados. Além de cerca de 1500 a.C., os registros históricos existentes são escassos e a contagem de anéis de árvore pode ser usada para calibrar e corrigir as idades por C-14.2

A parte experimental da datação por C-14 consiste em medir a proporção de carbono-14 e carbono-12, e algumas vezes do C-13, em uma amostra. Isto pode ser feito com uma boa precisão, embora seja difícil trabalhar com algumas amostras. Além disso, a precisão do resultado depende da confiabilidade dos pressupostos usados na interpretação das medidas.

4.Quais são os pressupostos usados na determinação de idades por carbono-14?

A interpretação dos resultados é baseada em vários pressupostos. Aceita-se que a taxa de decaimento radioativo do carbono-14 (C-14) não tem mudado ao longo dos anos. Não há nenhuma evidência contra este pressuposto e ele parece ser confiável. Supõe-se também que não haja perda ou contaminação de C-14 na amostra. A confiabilidade deste pressuposto provavelmente depende do ambiente em que a amostra se encontra. Uma amostra isolada para troca de átomos com o ambiente terá mais chance de evitar a contaminação ou perda do que uma amostra que se encontre freqüentemente exposta a correntes de água. Erros neste pressuposto podem frequentemente ser identificados.

Outros três pressupostos são feitos ao aplicar o método.3 Primeiro, a taxa de produção do carbono-14 deve ter sido relativamente constante. Sabe-se que ocorreram variações, mas acredita-se que pode-se fazer a correção devida. Segundo, a quantidade de carbono-14 presente em reservatórios geofísicos deve ser constante. Os reservatórios geofísicos incluem a atmosfera, os oceanos, a biosfera e os sedimentos. Este pressuposto tem sido questionado recentemente.4 Terceiro, as várias taxas de fluxo do carbono-14 entre os reservatórios geofísicos deve ser constante e o tempo de residência do carbono-14 nos vários reservatórios deve ser curto em relação à sua meia vida. Se estas três condições forem satisfeitas, o resultado é que a concentração inicial de C-14 na amostra pode ser estimada. Este resultado parece funcionar bem quando pode ser verificado. Entretanto, seria completamente invalidado para material que estava vivo antes do dilúvio.

O dilúvio deve ter alterado drasticamente a concentração do C-14. Isto porque o C-14 antediluviano estaria grandemente diluído em grandes quantidades de C-12 que agora estão enterradas na forma de carvão mineral e petróleo.5 Isto reduziria grandemente a concentração de C-14 antes do dilúvio, fazendo com que uma amostra da época parecesse muito mais velha do que é realmente. De acordo com esta interpretação, se plantas que viveram antes do dilúvio fossem datadas por C-14 usando os padrões atuais, pareceriam muito mais antigas mesmo quando ainda vivas. Isto significa que aqueles que crêem em um dilúvio mundial devem esperar encontrar idades muito grandes para organismos que viveram antes do dilúvio. O mesmo se aplicaria a plantas e animais que viveram logo após o dilúvio, antes que o novo nível de concentração de C-14 fosse atingido.

[Leia também a parte 4]

Notas para as Perguntas sobre Datação por Carbono 14:

1. O método é descrito de forma mais completa em : Newcomb RC. 1990. Absolute age determination. Berlin and NY: Springer-Verlag, p 162-180.
2. (a) Ver o Capítulo 26 em Coffin HG, Brown RH. 1983. Origin by design. Hagerstown, MD: Review and Herald Publ. Assn.; (b) Brown RH. 1988. The upper limit of C-14 age? Origins 15:39-43; (c) Brown RH. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79; (d) Giem PAL. 1997. Scientific theology. Riverside, CA: La Sierra University Press, p 175-187; (e) Giem P. 2000. Carbon-14 dating models and experimental implications. Origins 24:50-64. The use of tree-rings to calibrate radiocarbon dates is criticized by: (f) Brown RH. 1995. Can tree rings be used to calibrate radiocarbon dates? Origins 22:47-52; ver também: (g) Radiocarbon 34(1), (1993), que é devotado à calibração da datação por C-14.

3. Ver p 158 no livro de Newcomb na Nota 1.

4. (a) Hesshaimer V, Helmann M, Levin I. 1994. Radiocarbon evidence for a smaller oceanic carbon dioxide sink than previously believed. Nature 370:201-203; (b) Joos F. 1994. Nature 370:181-182; (c) ver comentários por Brown RH. 1994. Compatibility of biblical chronology with C-14 age. Origins 21:66-79.

5. Post WM, Peng TH, Emanuel WR, King AW, Dale VH, Deangelis DL. 1990. The global carbon cycle. American Scientist 78(4):310-326. De acordo como esses autores, o carbono móvel total (não-carbonato) na biosfera é cerca de 40.000-45.000 gigatoneladas. A quantidade de carbono em combustíveis fósseis é estimado em 6.000 gigatoneladas, e a quantidade de kerogens (organicos) em sedimentos é cerca de 15 million de gigatoneladas. Isto dá uma razão de 300:1 para o carbono da biosfera antes do dilúvio para o carbono da biosfera atual. Este valor está fora por um fator de apenas dois do valor de 143:1 buscado por Brown (Origins 15:39-43, ver Nota 2 para a referência completa).

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...